segunda-feira, 17 de março de 2014

16 de Março de 2014

Um recomeço mais modesto...

Hoje completam 65 dias aqui em Monte Dourado.
Já passei por vários altos e baixos. Mas finalmente, e novamente, fracassei na minha batalha pra mudar meu jeito de ser. Já fui, irreversivelmente taxado como estranho. Já terminou o período em que as pessoas se aproximam com curiosidade de conhecer o novato. Agora, como de costume, todos se afastam. Se me veem, olham para o outro lado fingindo não terem visto. Se não há como evitar, dão aquele sorriso amarelo e forçado para não serem mal educados.

Já estou acostumado com isso, minha vida toda foi assim. Mas nunca passei por isso sem ter o conforto de estar ao lado da minha família. E temo o como vai ser minha vida daqui para frente.

O período de experiencia acabou ontem, já recebi o apartamento no qual vou ter que esconder todas as minhas frustrações. A visão do futuro não é boa, o apartamento é um cubículo, minha principal ocupação lá dentro vai ser tentar não enlouquecer. Que Deus me ajude a conseguir!

Quanto ao técnico que veio comigo vai parece que vai conseguir um apartamento de casal, bem maior que o que eu vou receber, que é de solteiro. Ele, o oposto de mim, já tem vários amigos, todos se aproximam para cumprimentar-lhe e fazer piadinhas. E além do apartamento maior, ele ainda vai contar com a casa de três quartos da namorada, local da onde ele não sai já faz mais de um mês.

Eu não  precisava estar nesta mesma situação, mas ter um amigo com quem contar para dar um volta de vez em quando já estava de bom tamanho.

Tenho rezado bastante, e em muitas coisas tenho sido imensamente atendido, mas com relação a esse meu comportamento, não consigo entender por que não sou atendido. Porém sou muito grato a Deus, só esse emprego é algo que nem tem como explicar, é realmente um milagre!

Estou com medo. Mas isso não vai me ajudar em nada. Vou tentar fingir que isso simplesmente não está acontecendo e tentar investir tudo em uma nova observação.

Percebi que eu tenho meio que uma alergia a conversar. Quando eu paro alguém para conversar, verdade eu ajo como se estivesse com pressa e quisesse dar apenas um oi e seguir rapidamente em frente, e isso deixa a pessoa altamente constrangida. Vou apostar tudo nisso, em conjunto com a tentativa de não desviar o olhar quando ver um conhecido, coisa que eu já tinha percebido a muito tempo que faço. Mas o ato de desviar olhar é algo automático, e quando eu dou por mim já fiz e quando tento corrigir já é tarde de mais, a pessoa já cancelou qualquer intenção de olhar de volta.

Mas em fim, é o que eu tenho no momento e vou me esforça como nunca, mas sem afobação. Não tentarei mudar da água para o vinho, como estava tentando. Um amigo. Esse é meu novo objetivo de longo prazo.

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