terça-feira, 1 de novembro de 2011

Uma vida...

Um lugar distante quilômetros e quilômetros de tudo. Onde houvesse montanhas, um riacho de águas limpas e uma imponente floresta onde a vida explode por todos os cantos. Tudo isso cercando uma pequena área descampada onde se localiza uma humilde casinha de madeira que contém apenas tudo aquilo que é indispensável: uma cama simples, um fogão a lenha, panelas velhas, uma cadeira de balaço, uma instante onde se pode colocar alguns livros e fotos de entes queridos, e mais uma rede em uma pequena varanda, onde se pode deitar e pensar em nada, ou ler algo que valha a pena, ou descansar depois de um dia colhendo frutos em algum arbusto logo ali perto, checar armadilhas para ver se algum animal foi conseguido ou ter caminhado para admirar a magnifica beleza do lugar, onde todos os dias se pode encontrar um pequeno detalhe de enche a sua vida de alegria, mas que antes não pode ser visto devido a outro minusculo detalhe do paraíso que, no dia anterior, lhe roubou a atenção.

Há tempos atrás assisti uma reportagem sobre uma velha senhora que morava nesse lugar que acabei de descrever. Ela era viúva, o marido há tempos atrás havia morrido e ela decidira ficar ali mesmo. Pelo rosto dela podia se perceber que nesse lugar não havia cobranças, não havia correrias, não havia satisfações a serem dadas, não havia aparências a serem escondidas ou exibidas. Existia apenas a expressão serena da quela senhora que, talvez não aparentasse felicidade, mas sim muita satisfação em morar ali.






Sempre que estou triste (por mais um dia de tentativas frustradas), deitado no escuro do meu quarto, eu me imagino nesse lugar. Me sinto bem por alguns breves instantes, e sei que eu também poderia viver tranquilamente em um lugar desses, viver muito melhor do que eu vivo agora.

Mas eu não asseito isso, não é isso que eu quero, não é pra isso que luto todos os dias. E eu definitivamente não terei uma vida como a dessa senhora.

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