sábado, 19 de novembro de 2011

Doses de timidez


Levado pelo vento


Por mais que eu saiba que isso me faz mal, e que eu viveria bem melhor sem isso, não consigo me afastar do meu tormento. A noite fica tudo ainda mais confuso, como em uma overdose, eu entro em um estado de torpor, desesperado, querendo gritar e sair correndo até que toda a minha energia se esvaeça e eu caia no chão desmaiado e em paz por todos os minutos em que o sono durar. Sem ter como me livrar ou segurar esse turbilhão de sentimentos, transformo tudo em lagrimas, que jorram dando a impressão de que nunca mais iram acabar, mas que felizmente acabam, e têm o mesmo efeito de um dia inteiro de desesperada corrida. Exaustamente tomado por um reconfortante cansaço, em fim adormeço.

Abro os olhos e olho para o teto do meu quarto, "mais um dia, saco...". A frustração de acordar e eu ainda ser eu, me tira todo a ânimo. Mais alguns minutos de reflexão, e consigo arranjar algum fio de esperança e desfaçar alguma alto estima para levantar da cama, afinal já consegui me livrar uma vez e... acho que posso fazer de novo. Mas sempre que surge uma oportunidade, e eu tento fazer algo pra mudar minha condição, as mãos soam, as pernas ficam bambas, a vos fica trêmula e me faltam forças e, como em uma crise de abstinência, eu sedo.

A cada nova frustração, por não conseguir aquilo que parece tão simples a todos, o velho remorso aumenta e deixa um fardo insuportável para ser carregado até o fim do dia, quando novamente as doses acumuladas resultam na deplorável cena que descrevi no início.


Desespero


Isso parece um vício que me consome e que quanto mais se alimenta mais forte fica. Já faço terapia, já conversei com pessoas sobre isso. Nada da certo, e de tando dar voltas, sem encontrar a cura, acho que entrei em parafuso, cheguei ao fundo do poço, tal vez eu não afunde mais. Mas tenho medo que comecem a jogar terra.

Timidez é uma droga...

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